Lápis Lazúli

A IMPORTÂNCIA DA ARTE DA AZULEJARIA NA HISTÓRIA DA BAHIA

Restauradora de bens móveis e integrados – Zeila Maria de Oliveira Machado | Graduada em Artes Visuais pela UFBA | Mestre em história da arte pela UFBA.

No final do século XVII nasciam solares baianos, quando a Bahia se tornava um ponto de convergência de técnicas que vinham de Lisboa para trabalhar nas construções militares, religiosas e civis.

Como marca de riqueza das fazendas e engenhos de açúcar, da mineração ou do comércio, muitos solares foram erguidos nos principais centros produtores e, especialmente em Salvador capital da colônia. Senhores de engenho, grandes comerciantes e altos funcionários ostentavam poder erguendo construções de grande porte. Alguns dos requintes da decoração interna podem ser apreciados ainda hoje, pela presença de preciosos silhares de azulejos portugueses.

Os azulejos, inicialmente, decoravam, principalmente, as construções religiosas, porém, com o crescimento financeiro, passam a decorar também os solares e casas de fazenda. O azulejo estava sempre ligado a situação financeira do local, pois eram encomendados nas oficinas de Lisboa, e chegavam nas embarcações, portanto, só quem tinha dinheiro que podia obter os painéis de azulejos.

A cidade de Salvador foi construída sobre a influência portuguesa, tanto o traço da cidade, como as construções religiosas, civis e militares, suas decorações. Cada ordem religiosa era construída conforme a sede de Lisboa. Neste período o azulejo está em alta no mundo português e existiam diversas oficinas dos fazedores de azulejo.

A azulejaria se apresenta em diversos padrões a depender do século e movimento artístico. Quando chega na Bahia, no final do século XVII, é no padrão tapete nas cores azul, amarelo e branco, na virada do século, continua com o padrão tapete nos tons azul e branco.

No século XVIII Portugal estava dominando a técnica majólica e sua produção é imensa pela demanda de Portugal e do Brasil, especificamente na Bahia. Sendo assim, o maior legado português se encontra na Bahia através do grande acervo de azulejos portugueses dos séculos XVII, XVIII e XIX, distribuídos nas construções religiosas, civis e militares.

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